Minha antiga casa tinha uma presença estranha. Ou melhor, duas presenças! Uma ruim, que nos obrigava a sair correndo para a rua... E outra boa, que nos tranquilizava um pouco.
Quando nos mudamos, a primeira coisa que pensei foi: "casa nova e sem presenças!".
Na época tínhamos apenas um computador que ficava no quarto que chamamos de "o quarto de hospedes", pode se tratar de um ambiente há mais, caso alguém decidisse dormir por lá. Este era o único cômodo da casa que possuía móveis de nossa antiga casa.
Eu costumava ficar sexta e finais de semana à noite no computador, conversando com o meu namorado (atualmente, ex-namorado). Era sexta-feira e o meu pai ainda estava trabalhando. Meu irmão e minha mãe estavam na cozinha, que fica exatamente abaixo desse quarto.
Estava sozinha, usando o computador, quando senti um arrepio horrível atravessar meu corpo, começando pela nuca e pelo braço. E depois fiquei com uma sensação terrível na nuca, como se alguém me olhasse fixamente. Lembro de ter comentado com o meu namorado, ele me tranquilizou e dei umas olhadinhas pelo quarto todo, apenas para me certificar de que não era o meu irmão me pregando peças.
Continuei conversando, quando a janela tremeu. Olhei para ela e depois olhei para frente, me deparando com uma sombra na parede. O que quer que estivesse fazendo a sobra, estava atrás de mim.
Torci para que fosse uma mariposa na lâmpada ou algo do gênero. Mas a sensação ruim estava aumentando cada vez mais. Digitei alguma coisa para o meu namorado sobre isso. Olhei para a sombra e ela tinha adquirido a forma de alguém. Meus olhos estavam lacrimejando e o meu corpo todo arrepiado.
Fiquei paralisada, olhando para a sombra. Foi então que ela se moveu, como se alguém estivesse avançando sobre mim!
Dei o maior grito de toda a minha vida! E me encolhi na cadeira, pedindo mentalmente para me protegerem.
O sufoco acabou quando o meu irmão apareceu no quarto, preocupado comigo. O Ewerton é o tipo de irmão que NUNCA se preocupa, sempre dizendo que vejo coisas. Mas daquela vez foi diferente. Ele estava assustado e até me abraçou (o único abraço que ele me deu de livre e espontânea vontade até hoje). Eu tremia...
Quando ele me perguntou o que tinha acontecido, eu menti, dizendo que um bicho tinha batido na janela e eu me assustara. Mas quando desci até a cozinha com ele para beber um pouco de água, minha mãe estava com um relógio de mesa na mão, tentando abri-lo.
- O relógio parou quando você gritou... - ela me explicou, também assustada pelo meu grito.
Resolvi contar tudo para eles... Sendo que depois, meu irmão revelou que a luz da cozinha também piscara exatamente no momento que eu gritei, bem como o relógio parara, por isso ele subira correndo, preocupado comigo.
O que poderia ter sido aquilo?